...que vou rebentar.
Sinto me subcarregada. Sinto que tenho de estar em todo lado e não tenho tempo para mim, mas depois paro para pensar e vejo que estou a ser egoísta.
Tenho de ser mãe e pai, mas também tenho de ser esposa.
Queria ter um casamento como tantos outros, em que ao fim do dia nos encontramos e falamos, partilhamos...mas (in)felizmente só vivo isso cerca de 4 vezes ao ano.
A minha vida é igual, há vida de tantas outras mulheres, acordar cedo, dar um jeito a casa, preparar p.a, acordar os filhos, tentar que saiam da cama, que se vistam, que lavem os dentes...olhar de relance para o espelho para ver se estamos minimamente apresentáveis, sair de casa e começar.
Deixa-los no colégio, ir para o trabalho...reuniões, computador, mais computador e sair às 18h.
Correr para o carro, ir busca-los e caso seja dia leva-los às actividades extra.
Chegar a casa, manda-los para o banho, preparar o jantar e ao mesmo tempo ligar o computador, para acedermos ao skype para os tão ansiosos minutos de conversa como o pai.
As conversas muitas vezes não excedem os 10 minutos, pois o pai está tão cansado (como hoje) e dá apenas tempo de desejar boa noite e até amanha.
Jantar, deixa-los estar um pouco na sala e por volta das 21h30 manda-los para a cama.
A seguir, por a loiça na máquina, preparar a roupa para o dia seguinte, estender a roupa que entretanto já está lavada.
Dar mais um jeito a casa...
E é chegada a hora de deitar para mim também.
Mas existem dias, em queria mesmo ter o pai ao pé de mim, para falarmos...não apenas 10 minutos, mas durante o jantar.
Desabafar, falar sobre os meus medos, receios...
Mas, tenho de estar sozinha, gerir todas as coisas e ainda estar aqui para o pai, para o apoiar, para o ouvir...
Não é fácil, quando vivemos em países diferentes, mas...com jeitinho consegue-se.
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